HEAVEN# 2674 - VISÃO HUMANA
Tudo é mal-entendido. Mal-entendido é falta de entendimento. Sempre que a harmonia desaparece, há falta de entendimento que se transforma em mal-entendido. Falta de entendimento é mal-entendido. Em última análise, a falta de entendimento – talvez o entendimento parcial – cria o sofrimento. Por enxergares apenas uma parte da cena, tu sofres. Não conhecendo a história completa, vacilas e cais no sofrimento.
Tens visto isto na vida comum. Às vezes interpretas algo de um jeito, sendo que a intenção disso era outra. Duas pessoas vêem a mesma ação. Uma a enxerga como amor, a outra a enxerga como desconsideração ao amor. Cada um faz suas próprias interpretações, querido. E agora tu aspiras a chegar à Minha visão das pequenas ações do mundo. Quando conseguires isto, enxergarás tudo de um ponto de vista menos pessoal. Para mim, todas as ações são iguais. Eu amo cada um de vós pessoalmente, e o Meu amor pessoal por ti também é o amor universal por ti e por tudo o que existe.
Podes discutir. Podes dizer que dor é dor. No entanto, até a dor pode ser percebida de forma menos dolorosa, quando sabes que há algo acontecendo que é maior do que a dor. Aquilo que te parece sem propósito, pode ter um propósito grandioso que está além da tua compreensão. Com toda a certeza, além da tua compreensão.
Não estou falando em forma de charada. Uma pessoa nasce e uma pessoa morre. Podes olhar para a vida de um jeito e achá-la sem propósito. Mas, olhando-a de um outro modo, tu te curvarias diante dela em reverência. Tudo é provisório no plano relativo da vida, no entanto há uma corrente que flui através dela e que a eleva para os Reinos Superiores. Sabes profundamente que há muito mais em relação à vida do que aquilo que os teus olhos enxergam. Mesmo não sabendo o que é, sabes que há algo mais. Não sabes o que é isso, mas sabes que existe, que está lá.
É difícil conciliares a vida do dia-a-dia com a Eternidade. É difícil enxergares até mesmo um minuto como um ponto da Eternidade. É difícil conseguires ver que a Eternidade não tem pontos, embora conheças muito bem os pontos e, aparentemente, não saibas absolutamente nada sobre a Eternidade. Querido, quando tempo e espaço não existem, como podes saber o que é um dia e o que está terminando?
Sem muros para orientar-te, tens medo de tropeçar. Com muros, andas por um caminho estreito.
O nome do jogo da vida é expansão, e a expansão leva a si mesma para o ilimitado.
Até agora, tens sido limitado por idéias a respeito do que achas que alguém quis dizer ou que alguma coisa quer dizer. Todas as tuas definições são do passado, como se ao te manteres no passado, permanecesses enfaixado em cueiros. Não precisas de cueiros. Tu nem gostas de ser envolvido por eles, quando reconheces o que eles são. Adorarias o ilimitado, se o reconhecesses. O medo que tens de cair é o teu medo de te elevares. Tu te abaixaste para que tua cabeça não atravessasse o teto. Entretanto, até que ponto o ilimitado pode chegar, quando se tem um teto? Os tetos que constróis podam o ilimitado.
Decidiste o que é certo e o que é errado; e só deixas entrar tuas idéias do que é certo, mantendo afastado tudo aquilo que consideras errado. E assim te prendes firmemente ao passado e à visão estreita que tens dele. E assim tua vida fica presa em pilhas de passado.
Desapega-te do passado em todas as suas formas, e serás inocente. Teus olhos serão mais abertos e enxergarás mais longe. Enxergarás muito bem o que está diante de ti, sem o disfarce do mal-entendido e, portanto, da falta de entendimento. Tu te verás diante de ti mesmo, novo como uma flor que acabou de desabrochar ou delicado como um botão de rosa do Céu. Compreenderás o amor de uma vez por todas, até mesmo o amor humano, que vacila ou que voa.