Deus disse:
Esta iluminação que tu procuras inflexivelmente resume-se a esqueceres de ti mesmo. Tu tens sido um grande tópico na tua vida. Tu tens sido o tópico a tempo inteiro. Tu tens visto tudo através da tua visão próxima, como se todos os raios do Sol estivessem virados diretamente para ti, ou deveriam ter sido dirigidos a ti.
Tornar-se iluminado significa que esqueces de ti mesmo. Tu esqueces o auto centramento. Não mais é a tua vida acerca de quem disse o quê a ti e como o que disseram te fez sentir. Céus, não. Tu ganhas uma perspetiva mais abrangente. Tu ultrapassas a tua auto identidade. A tua identidade auto imposta é tão preciosa para ti, segura-te para trás. Tu estás num ciclo em que não sabes como sair. Tu sentes-te tão em baixo que fazes a ti mesmo alto, e tu dependes dos outros para te fazerem isto por ti. Cuidado.
Neste novo estado de consciência que tu tanto desejas, tu encontras mais do teu Eu, não aquela personalidade duvidosa que exige o que merece. A tua identificação presente com o teu pequeno eu tem outro nome - vamos enfrentar - chama-se ego.
Iluminação não significa que tudo vai pela tua vontade, porque agora não tens nenhum investimento na tua maneira. Tu trocaste a tua pequena maneira pela Minha Visão. Tu trocaste a tua vontade pela Minha. O que quer que seja que esperasses que seria a iluminação, isso não significa que agora és supremo. Sim, tu chegaste a um cume, no entanto há mais longe para ir.
Assim como tu possas comprar um carro novo para te fazer feliz, elevar a tua auto-imagem e o teu lugar no mundo - talvez até a inveja dos teus amigos como tantos vendedores dizem. De qualquer forma, tu esperas que o novo carro te aumente a auto imagem. A tua auto imagem não é do que trata a iluminação. Nem por sombras. Tal como com o carro, a iluminação não vai ser o que tu esperas que seja, não por muito tempo, porque a iluminação não é algo que sejas dono. Não é sequer algo que tu alcanças. É algo que acontece. Tu podes até ser o último a saber.
Quando tu te tornas iluminado, e, dando tempo suficiente no mundo - tu serás - no entanto, a iluminação não é só tu teres felicidade de noite e de dia. Tu não estarás a pensar nisso. Pode haver felicidade, da mesma forma, porque tu já não és o objeto do teu inquérito. Lembra-te, quando tu estás alinhado, tu terás deixado a tua identidade em qualquer sítio. Tu largaste-a. Estava no caminho da tua iluminação. Agora está fora do teu caminho. Agora a tua identidade caiu. Já não te serve para nada. Tu tens uma visão maior agora, e o que outrora foi grande para ti não lhe dás muito crédito agora.
No minuto em que o teu pequeno eu pára de interromper, tu estás livre de apego, e isso, Meus amigos, é iluminação. Toda aquela velha bagagem está simplesmente fora do caminho. Agora é como se tu estivesses numa nova cozinha onde as probabilidades e os fins não estão pousados no balcão. Não há pratos na pia. Tudo foi deitado fora, e a lixeira foi-se. Só existe tu e Eu. Todos os assuntos ratoeira que eram grandes para a ti a um determinado momento, mostraram as suas verdadeiras cores e o seu pequeno tamanho.
Agora tu vês além do além. Todo o teu equilíbrio é diferente. O que te interessa agora não é sequer o teu progresso. Tu já não és o prato principal no menu. Tu esqueces-te onde te deixaste ou onde te puseste. Tu já não estás numa prateleira para manter a segurança. Tu estás agora no topo do mundo com novo ponto de vista e responsabilidades, no entanto tu já não existes, não da forma como costumavas conhecer-te. Tu estás além de ti mesmo. Agora já não vens em primeiro lugar. Já nem existe um primeiro nem um último.
Tu foste embora. Uma definição de ti foi embora. Tu és indefinido. Tu és a Vastidão. As sombras foram embora. Tu foste embora. A vida é. Deus é. Tu estás esvaziado, e agora estás a habituar-te à tua nova consciência que te preenche até à borda.